20 de julho de 2010

Sete estados atingem ODM contra a pobreza

Das 27 unidades federativas brasileiras, sete conseguiram reduzir pelo menos à metade, entre 1991 e 2008, a proporção da população com renda familiar inferior a R$ 255 (meio salário mínimo), meta estabelecida pelo primeiro dos oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), cujos cumprimentos são previstos até 2015, revela o coordenador do Orbis (Observatório Regional Base de Indicadores de Sustentabilidade), Alby Rocha, que participou do 3º ciclo de Seminários Estaduais de Acompanhamento dos ODM, entre 23 de abril e 10 de junho.

Dos sete estados, seis ficam no eixo Sul-Sudeste: Santa Catarina lidera os avanços, com 67%, seguido de Paraná (60%), Rio Grande do Sul (54%), Minas Gerais (53%), Espírito Santo (51%) e Rio de Janeiro (50%). Goiás é o único de outra região a alcançar o objetivo 1, com progresso de 53%.

"Já São Paulo não avançou tão rapidamente", explica Rocha. A maior metrópole do país teve resultados bem inferiores: reduziu a pobreza em 30%. O estado possui 5,7 milhões de pobres, sendo que 1,63 milhão de pessoas possuem renda familiar mensal menor que R$ 127,5.

Se Santa Catarina foi o estado que apresentou melhor resultado, Roraima seguiu a direção inversa, com queda de apenas 4% no indicador de pobreza no período analisado. Em compensação, é o que apresenta o menor número de pobres no Brasil: 160 mil. Na região Norte, o Tocantins ficou perto de alcançar a meta, com avanço de 46% no objetivo 1.

Com exceção do Distrito Federal (25%), as outras três unidades federativas do Centro-Oeste fizeram progresso considerável. Goiás ultrapassou a meta, enquanto Mato Grosso (49%) e Mato Grosso do Sul (48%) quase chegaram lá. Por outro lado, o DF é quem possui menos pessoas sob a linha de pobreza na região, com 465 mil.

Já o Nordeste continua apresentando os menores avanços do país. O estado que mais se aproximou da meta 1 foi o Rio Grande do Norte (39%), enquanto o que ficou menos perto foi Alagoas. Em todas as unidades federativas nordestinas, cerca de metade da população se encontra abaixo da linha de pobreza, indicam os dados das sínteses estaduais da região, quando confrontados com estimativas populacionais do IBGE de 2007.

Ciclo de seminários estaduais

O 3º ciclo de seminários estaduais terminou no dia 10 de junho com quatro reuniões estaduais – em Curitiba, Natal, Vitória e Rio Branco. Cada unidade federativa abrigou uma edição do evento, durante as quais foram apresentados os dados contidos na respectiva síntese estadual.

Ao todo, sete mil pessoas participaram dos seminários. Para Maria Aparecida Zago Udenal, que faz a articulação do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade na Paraíba, o ciclo foi muito positivo. "Foi interessante para as pessoas poderem conhecer como estão os seus estados. O círculo de diálogos ajuda a engajar a sociedade no alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio", afirma.

Os seminários também discutiram como trabalhar os ODM na gestão municipal e como a indústria e o setor privado podem atuar mediante seus projetos de responsabilidade social. Ao fim do terceiro ciclo, ficou definido que Curitiba abrigará um projeto-piloto de workshop, em 17 de agosto, que terá apoio do PNUD e buscará mostrar às indústrias paranaenses como elas podem ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Já a coordenadora da unidade de planejamento do PNUD, Maria Celina Arraes, afirma que os seminários ajudam a enfrentar o desafio da municipalização dos ODMs, levando em consideração as diferenças locais para o cumprimento das metas.

Por sua vez, o assessor da Secretaria Geral da Presidência Davi Schmidt acredita que os núcleos estaduais de auxílio aos ODM, representados por movimentos como o Nós Podemos, saem fortalecidos com a iniciativa. Ele também elogiou a quantidade de informação disponível para planejar ações que ajudem a atingir os objetivos fixados pela ONU até 2015.


http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3514&lay=pde

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